segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Paixões

29.Setembro.2014

 Talvez as minhas não sejam as convencionais, mas não deixam de ser paixões. Talvez seja por isto que goste de viver. Hoje partilho duas experiências que, embora já repetidas, nunca esquecerei a primeira vez. Em momentos muito longinquos e diferentes entre si, tive a oportunidade de experimentar ambos os desportos de que vos falo. Por ordem, começo pelo páraquedismo.
 A experiência deu-se em 2010. Passo a contar! Na altura, passava um programa na televisão sobre experiências radicais vividas por pessoas de mobilidade reduzida. O programa era semanal, e eu deslumbrava-me! Decidi então pesquisar sobre.
 Desde cedo, mas sem saber explicar - talvez por não haver explicação - que tinha uma enorme vontade em saltar de páraquedas. Não conhecia nenhum páraquedista, nem ninguém à minha volta tinha feito! Era um desejo completamente meu. Sem quaisquer esperanças, decidi escrever à Associação Salvador - programa no qual se inseria a actividade. Passaram-se dias, semanas e meses, (parece inventado para dar realismo), mas foi exactamente assim.
 Um dia, recebo um telefonema - ao fim de meses, por muito que a paixão exista, e não deixou de existir, a pessoa esquece e continua com a sua vida - tinha GANHO UM SALTO DE PÁRAQUEDAS! A vista da Terra a 4.200 metros esperava por mim! Estava eufórica, ia mesmo saltar de um avião! Acho que não dormi mais nas duas semanas seguintes!
 O dia nascia, e eu eufórica. Penso não ter dormido muito. A escola era em Évora, e para chegar lá a horas, partimos cedo e almoçámos no caminho! Não sabia o que pensar, nem o que iria acontecer. Queria tanto aquilo!! Cheguei, finalmente à escola. Examinei o espaço, o ambiente e estava radiante.
 Depois de alguma conversa, era tempo de equipar! Vestir o macacão, e entrar no avião! Avião, como quem diz, aquilo mais parece uma avioneta em que se ouve as hélices e o motor - ADORO! Era tempo de levantar. Ora, o avião teria que subir 4.200metros, portanto houve tempo para conhecer o pessoal. O salto chama-se Tandem, pois a pessoa vai agarrada à barriga do profissional. Via, no barómetro a altitude - cada vez mais perto das nuvens, cada vez menos do chão! Que A D R E N A L I N A! Chegados aos 4.200 metros de altitude, o avião "estagno". O motor é desligado, e dirigiamo-nos para a porta, em frente só via nuvens e para baixo, quadradinhos de terra. O coração batia acelarado, eu iria atirar-me para o vazio. E assim foi, num impulso, atingia os 230km/h em velocidade de queda livre. Só aqui é que nos podemos considerar seres livres. A tendência é olhar para baixo, mas o intructor segurava-me a testa para tal não acontecer. Eu berrava, de alegria, é certo! O instructor ria-se, feliz! Planámos, demos voltinhas no céu! Abaixo, viam-se quadrados de terra, e à medida que a altitude baixava, começava a ver pessoas do tamanho de formigas!
 Tinha realizado um sonho, nem queria acreditar! Queria aproveitar ao máximo o momento, mas ao mesmo tempo partilhá-lo com toda a gente.
 Num espaço de 3 anos, consegui saltar quatro vezes, QUATRO! É de sonho. A cada novo salto, consegui levar amigos diferentes, mas que ficaram com o bichinho da adrenalina!
 É tão bom ter experiências destas e poder partilhá-las!
 Fica a vontade de saltar de novo, e quem sabe, levar pessoas que nunca pensaram nisso!

 1º salto / 2010

 2º salto / 2011

 3º salto / 2012

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