segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Paixões 2

 Já vos falei de cavalos, teatro e de paráquedas, mas tenho mais uma paixão! Neste caso, foi amor à primeira vista. No fundo sempre quis experimentar, mas até me ser dada a oportunidade, nunca sequer tinha pesquisado o procurado saber se possível!
 Falo-vos do SURF! Se digo que o páraquedismo é a maior sensação de liberdade, o surf também será! O poder deslizar sobre as ondas, contornando-as ou indo com, é a melhor sensação do mundo.
 Estar ligada à Associação Salvador, abre portas enquanto experiências que, de outra maneira, talvez nunca me acontecesse!
 Nunca pensei poder um dia fazer surf - até há dois anos atrás! Em 2012 tive a oportunidade de participar num evento de Surf Adaptado. Antes disso, desconhecia até a modalidade. Inscrevi-me e fui seleccionada. Ia super entusiasmada. Iria conhecer surfistas a sério, e deslizar sobre o mar! Que mais podia eu pedir?! Chegada à praia, percebi que a modalidade, pelo menos nesta, já era uma prática diária. A praia por si já é adaptada e preparada a receber pessoas com qualquer tipo de limitações. Que bom. Apresentei-me ao serviço, e indicaram-me o 'vestuário' para mudar de roupa. Penso nunca ter conhecido tantas pessoas numa só vez. De repente, via-me rodeada de surfistas! Adorei o mood. Faziam-me perguntas, e mais, faziam-me rir. Puseram-me de imediato à vontade. Rápido perceberam que as minhas limitações eram poucas, e o entusiasmo muito! Fomos para a água, quando apanhei a primeira onda, senti-me no céu, de sorriso estampado na cara, não queria mais sair da água.
 Pude, felizmente, repetir a aventura duas vezes! No ano seguinte, as pessoas já me conheciam e por isso, estávamos, se possível, ainda mais à vontade. Todos impecáveis. Pensava que gostava de tornar aquela experiência numa actividade regular, e por aí fui!
 Não tinha nada a perder. No verão seguinte, fui até à escola de surf para perceber como funcionava a modalidade em aulas. Conheci o dono/professor e mais alguns surfistas. Estava radiante, ia começar a prática regular de surf. Burocracias tratadas, bora para a água.
 Professor e prancha maiores que eu - não era difícil. Fizemos uma, duas, três aulas, e eu queria mais. Era sensacional! Ao fim de umas aulas, surgiu um terceiro elemento. Um surfista amigo do professor que queria filmar as minhas aulas. Não que tivesse gostado muito da ideia, mas aceitei! Entretanto, conheci mais dois amigos com mobilidade reduzida que já praticavam surf há mais tempo. A prova de que não há limites e que nada é impossível estava ali!
 Eu queria mais e mais, saía de uma aula a pensar na próxima. Foi-me feito um convite pelo ainda não Capitão Barbosa para entrar numa curta-metragem sobre surf adaptado. Não podia dizer que não - segundo o próprio, as câmaras gostam de mim - a dele em especial! De repente, via-me de novo actriz! Que experiência!!
 O melhor ainda estava por acontecer. A viver a experiência ao máximo, já só sonhava com a manhã seguinte para ir apanhar ondas! Um dia, foi-me feito um convite para ir em fim-de-semana numa Surf trip! SURF TRIP - pensei eu! Um fim-de-semana inteiro a apanhar ondas, com três pessoas fantásticas, e onde iria de certo, conhecer outras tantas! Bem dito, bem feito! Eu já tive óptimas experiências na vida, e procuro mais, mas esta deve ter sido das melhores!
 Já super à-vontade no meio de tantas pessoas especiais, só me poderia sentir bem! Praia e ondas de manhã à noite, convívio de pura amizade e entrega! Estava realmente feliz! Passava o tempo todo a rir e a fugir da câmara - que me perseguia!
 O dia acabava estafado como eu, e era tempo de ver as experiências do Capitão. Era bom ver as evoluções na câmara e o orgulho no Capitão!
 Das melhores experiências da minha vida! Espero um dia poder repeti-la!




Paixões

29.Setembro.2014

 Talvez as minhas não sejam as convencionais, mas não deixam de ser paixões. Talvez seja por isto que goste de viver. Hoje partilho duas experiências que, embora já repetidas, nunca esquecerei a primeira vez. Em momentos muito longinquos e diferentes entre si, tive a oportunidade de experimentar ambos os desportos de que vos falo. Por ordem, começo pelo páraquedismo.
 A experiência deu-se em 2010. Passo a contar! Na altura, passava um programa na televisão sobre experiências radicais vividas por pessoas de mobilidade reduzida. O programa era semanal, e eu deslumbrava-me! Decidi então pesquisar sobre.
 Desde cedo, mas sem saber explicar - talvez por não haver explicação - que tinha uma enorme vontade em saltar de páraquedas. Não conhecia nenhum páraquedista, nem ninguém à minha volta tinha feito! Era um desejo completamente meu. Sem quaisquer esperanças, decidi escrever à Associação Salvador - programa no qual se inseria a actividade. Passaram-se dias, semanas e meses, (parece inventado para dar realismo), mas foi exactamente assim.
 Um dia, recebo um telefonema - ao fim de meses, por muito que a paixão exista, e não deixou de existir, a pessoa esquece e continua com a sua vida - tinha GANHO UM SALTO DE PÁRAQUEDAS! A vista da Terra a 4.200 metros esperava por mim! Estava eufórica, ia mesmo saltar de um avião! Acho que não dormi mais nas duas semanas seguintes!
 O dia nascia, e eu eufórica. Penso não ter dormido muito. A escola era em Évora, e para chegar lá a horas, partimos cedo e almoçámos no caminho! Não sabia o que pensar, nem o que iria acontecer. Queria tanto aquilo!! Cheguei, finalmente à escola. Examinei o espaço, o ambiente e estava radiante.
 Depois de alguma conversa, era tempo de equipar! Vestir o macacão, e entrar no avião! Avião, como quem diz, aquilo mais parece uma avioneta em que se ouve as hélices e o motor - ADORO! Era tempo de levantar. Ora, o avião teria que subir 4.200metros, portanto houve tempo para conhecer o pessoal. O salto chama-se Tandem, pois a pessoa vai agarrada à barriga do profissional. Via, no barómetro a altitude - cada vez mais perto das nuvens, cada vez menos do chão! Que A D R E N A L I N A! Chegados aos 4.200 metros de altitude, o avião "estagno". O motor é desligado, e dirigiamo-nos para a porta, em frente só via nuvens e para baixo, quadradinhos de terra. O coração batia acelarado, eu iria atirar-me para o vazio. E assim foi, num impulso, atingia os 230km/h em velocidade de queda livre. Só aqui é que nos podemos considerar seres livres. A tendência é olhar para baixo, mas o intructor segurava-me a testa para tal não acontecer. Eu berrava, de alegria, é certo! O instructor ria-se, feliz! Planámos, demos voltinhas no céu! Abaixo, viam-se quadrados de terra, e à medida que a altitude baixava, começava a ver pessoas do tamanho de formigas!
 Tinha realizado um sonho, nem queria acreditar! Queria aproveitar ao máximo o momento, mas ao mesmo tempo partilhá-lo com toda a gente.
 Num espaço de 3 anos, consegui saltar quatro vezes, QUATRO! É de sonho. A cada novo salto, consegui levar amigos diferentes, mas que ficaram com o bichinho da adrenalina!
 É tão bom ter experiências destas e poder partilhá-las!
 Fica a vontade de saltar de novo, e quem sabe, levar pessoas que nunca pensaram nisso!

 1º salto / 2010

 2º salto / 2011

 3º salto / 2012

domingo, 28 de setembro de 2014

Ice Ice Baby

28.Setembro.2014

 Não faz sentido algum ter este blogue se nele não falo do mais importante. Do que me faz feliz. Hoje partilho momentos com o Meu Iceberg!
 Desde que me lembro gente, que adoro cavalos. - É, garantidamente, o meu animal preferido! A minha primeira experiência a montar, tinha 5 anos, e peno que ainda não andava! Ora, se não é delicioso?! Não andar, mas já montar! Estive internada numa escola em França, durante uns tempos, e sem dúvida, que a minha actividade de eleição era ir andar a cavalo. Era pequena, não me lembro do nome dele, mas garanto que foi a minha primeira grande paixão enquanto ser humano.
 Na altura, era exclusivamente para modo terapêutico. Sei que aproveitava, mas talvez não desfrutasse como hoje.
 Até agora, pensava que essa minha experiência tinha sido efémora. Não foi!
 Passados, literalmente, 18 anos sem mais relações directas com cavalos, talvez noutra situação, a paixão teria desaparecido. Neste caso, permaneceu! Sabia querer retomar, mas tinha actividades ou compromissos que não o permitiram até então.
 Precisava voltar. Tinha sido tão feliz naquele tempo, que queria retomar as rédeas!
 A reviravolta deu-se há pouco mais de um ano e meio! Nunca me esquecerei, 5 de Fevereiro de 2013. Depois das questões burocráticas - que as houve, e chatas, iria ter a minha primeira aula! Lembro-me de estar felicíssima e ansiosa. Levei a minha mãe comigo! Precisava de partilhar aquele momento. Chegadas ao Centro Hípico, esperava-me a professora e o cavalo mais maravilhoso e bonito do mundo - agora - o meu Iceberg. Sem mais demoras, dei uma festa e coloquei o toq, ia montar! Sentia-me nas nuvens, contive-me para não berrar de alegria! É, pura e simplesmente, inexplicável!
 O Iceberg é montado por mais alunos, mas a nossa empatia foi imediata. Dava-lhe festas e beijinhos, de amor, como se o tivesse finalmente encontrado!
 Tudo era maravilhoso. Minha mãe, com sorriso de orelha a orelha, no final da aula, deu-me o maior elogio. «Parece que montas desde sempre!» - estava radiante.
 Acho que nunca fui para casa tão feliz. Contava os dias para a próxima aula, queria mais e mais. Era um momento do dia de mim para o Iceberg e vice-versa! A sede de evoluir e aprender mais aumentada de aula para aula! E de repente, UM ANO. Passou UM ANO a correr, a voar. As aula têm relativamente curta duração, porque exigem bastante esforço físico. Num ano, consegui chegar tão longe, que orgulho em nós! Que bela equipa - Iceberg e Maria!
 Por força maior, fui obrigada a parar! E ainda não retomei. Nesta fase, é mesmo o que mais quero e preciso. Sinto falta de uma parte de mim. Falta-me o Iceberg, pois então! Esta distância só faz crescer a sede e a vontade de aprender e evoluir mais e mais.
 Hei-de voltar. Vou voltar em grande e em força!
 Só então, serei completamente feliz!

Momentos

27.Setembro.2014

 Se há coisa que me aborrece é saber que não posso fazer nada quando há tudo a fazer. Felizmente, isso acabou. Vivendo em Lisboa, ponho-me a pensar onde posso ir passear, parece que já conheço os cantos à cidade das Sete colinas. Tomo-a por garantida, e às vezes esqueço-me de explorar.
 Ontem foi dia de passeio, finalmente consegui ir ver a exposição que tanto queria! - Uma delas. Trata-se de uma exposição de arte urbana - digamos assim! O autor esculpe a sua obra em superfícies pouco convencionais - as paredes de prédios por toda a cidade. Consideremos a arte urbana do século XXI em Lisboa! E que em faz ele o seu papel. A exposição leva-nos a outro nível de arte.
 Esta tão aclamada exposição tem vindo a dar que falar, e ainda bem. A arte em Lisboa, nos últimos anos tem vindo a estar em voga, vêem-se hoje em dia mais espaços abertos ao publico cheios, como museus ou teatros. A arte deve ser "a disciplina" mais velha na vida do Homem, e é bom saber que esta volta em voga ao quotidiano de uma nação!
 Pessoalmente, adoro ir a exposições ou ao Teatro! Sinto-me bem dentro da arte e dos artistas, é um espaço diferente do lugar comum. Leva-me a viajar sem sair do lugar! - Pode ser cliché, mas é, de facto, o que acontece! Sempre que tomo conhecimento de tipos de arte que me preenchem como o Teatro ou Exposições, procuro não perdê-las - ainda que não possa ir a tudo! Existem exposições tão boas, mas que às vezes nos passam ao lado e que, depois de sabermos da sua existência, ficamos desanimados porque as perdemos. Tento manter-me informada, para que isso aconteça o menos possível.
 Adorei a Dissecção - nome da exposição em voga! Dá gosto saber que existem grandes nomes da arte urbana na nossa actualidade, e que têm, finalmente o seu momento na sociedade! Quase como uma intervenção à nação, para que pensei além da caixa.
 Mais exposições houvessem, que a poder, iria a todas!
 Não poderia ter um sábado mais agradável, depois da maravilhosa tarde de cultura, foi tempo de um jantar de primas! Acontece menos vezes do que gostaríamos, pois os horários nem sempre coincidem, mas sempre que nos é possível, reunimo-nos. Somos cinco raparigas, todas de idade diferentes, mas à medida que crescemos, mais próximas nos tornamos! Temos sempre a mesma dificuldade, não falha - a decisão do sítio escolhido. Quando nos encontramos, por norma, toma-nos sempre uma refeição! Acho que sendo a parte mais banal do encontro, se torna a mais complicada. É estranho, mas verdade! Depois de alguma indecisão, optámos por um indiano-italiano (fusão diferente, mas que encaixa). Foi um jantar super agradável, onde pudemos conversar sobre os nossos futuros planos ou sonhos! Muito animado. Depois, fomos convidadas a tomar a sobremesa em casa de uma tia - sabia-nos juntas e aproveitou para nos ver! Hoje em dia, é dificil não "registar" o momento, está claro. E nós, como miúdas na moda que somos, tratámos disso muito rapidamente.
Deixo-vos aqui um pouco do que foi o meu dia!




sexta-feira, 26 de setembro de 2014

A última do ano!

25.09.2014


 Ontem fui dia de consulta! Pode parecer loucura, mas o que eu gosto de ir passear até à Parede, só eu sei. Consultas pós-operatórias abrangidas pelo hospital, só têm a duração de 3 meses, portanto para a consulta de ontem, tive que ir à médica de família arranjar uma prescrição.
 A consulta era às 10h30. Chegámos uns 20mins mais cedo! Saberia que iria ser super rápida, pois nesta fase já não há grande coisa a acrescentar. O médico já não me via há um mês e só precisa de confirmar que está tudo a consolidar como deve ser! Primeira paragem: Raio-X. Nada mal banal de fazer, mas que cada vez que penso dói-me! Ora, eu tenho uma placa de titânio dentro da perna, para fazer um raio-x, é preciso deitar numa maca. Quando se tem que apanhar o lado de dentro da perna, esmagam-me o osso do pé! É uma dor HORRÍVEL! Arrepio-me toda só de pensar. Raio-X feito: suspiro de alívio.
 Próxima paragem: sala de espera. Embora as consultas tenham hora marcada, e se chegue sempre antes, com medo de perder a vez, é inevitável a espera! Acho que a de ontem foi das mais demoradas.
 Ouço o meu nome, e dirijo-me para a sala respectiva. Digo bom dia e já tenho o médico a olhar para a radiografia (tecnologias).
 Da última vez, ficou desiludido quando me viu, porque achava que eu era uma senhora! Chamou-me como tal, e quando me viu, soltou um "Ah, és tu!" - Talvez seja a sua paciente mais nova! Desta vez, lembrava-se de mim! Sentei-me e ele começou a falar. Perguntou-me se estava a fazer fisioterapia, - respondi que sim - e mostrou-se satisfeito! Disse que tudo consolidava da maneira certa, e não havia problemas de maior. Recomendo-me apenas que não caísse - que deverá ser a parte mais difícil para mim! Dr. João Sarafana é um homem elegante, relativamente novo. Após tantas consultas, e quase sempre rápidas, acho que me apaixonei por ele! Tem uma maneira peculiar de dizer as coisas. Não se ri, mas não é rude nem arrogante. Deve atender pessoas de manhã à noite, portanto deve ser certeiro e objectivo. E assim foi, quando me disse que só me queria voltar a ver em Janeiro de 2015! Fiquei triste, porque gosto realmente de lá ir. Não tenho termo de comparação, mas posso dizer que tive sorte no médico que me calhou!
 Seguem-se contínuas sessões de fisioterapia com especial atenção às quedas. O objectivo sempre foi o mesmo, voltar a ser autónoma o mais depressa possível.



Contra Tempo

24.09.2014

 O momento mais trágico - se assim se poderá dizer - da minha vida deu-se a 16 de Junho do presente ano. Parecia um dia, mais um dia comum na minha vida, quando de repente me vejo no chão sem conseguir levantar. Nesse dia, como tantos outros, tinha ido à minha aula de equitação. E como sempre, depois disso iria ter com a mãe ao trabalho.
 Vínhamos a descer a escadas, quando de repente, e SEM EXPLICAÇÃO, caio e ali fico. Completamente imobilizada! Tentava levantar-me, por achar que tinha sido mais uma queda. Depressa percebi que poderia ser mais do que isso, mas longe de imaginar o resultado. Sem resultado, não tinha qualquer força na perna direita, e só a esquerda não era capaz. A mãe pediu ajuda, e levaram-me ao colo! Nunca tinha torcido ou partido uma perna/pé, mas o que eu via não tinha bom aspecto.
 Mudámos obrigatoriamente o destino, em vez de casa, hospital! Tinha dores, e a viagem parecia interminável. Chorava a olhar para o pé e a querer que não fosse nada. Entre radiografias e talas, tive a simpática notícia de que teria que ser operada!
 Basta o que basta! - pensei eu. Não podia fazer nada. Iria ser operada.
 Batiam as 23h e pouco quando fui transferida de ambulância para o Hospital especializado! Tive tempo para avisar alguns familiares e amigos. Alguns respondiam em choque, também não queriam acreditar no que me tinha acontecido. Estava tudo a acontecer tão depressa, que eu nem conseguia pensar! De repente encontrava-me num quarto de hospital, com uma tala na perna e com a certeza de uma intervenção cirúrgica. Não dormi nada! Deu para me consciencializar! Não havia reacção. Não me podia levantar, nem sequer ir à casa-de-banho! Sendo a primeira vez de perna partida, estava a viver tudo outra vez!
 O dia levantou. Devia estar com olheiras até aos joelhos. Não pude comer, ia SER OPERADA! Pelo meio-dia e picos, levaram-me até à sala de operações. Eu tentava ser forte, mas estava em PÂNICO. A ficha só caiu realmente nesse momento! Não me lembrava como era ser operada. Apesar de algumas vezes, já tinham passado muitos anos. Era tudo novo para mim, como se uma primeira vez! É como nos filmes: vemos uma luz enorme redonda em cima de nós e de repente, apagamos!
 É impossível dizer o que ali se passou. A cirurgia terá durado ainda algumas horas. Sei que só acordei no pós-operatório no dia seguinte de manhã!
 Mesmo já sentido tudo BEM real, ainda custava a acreditar. Dali a poucos minutos, levaram-me para o quarto. Tinha os meus avós à espera! Que ALÍVIO. Não estava mais sozinha!
 Passei uma semana inteira no hospital. Todos os dia me perguntava quando iria eu para casa. Sabia que não iria poder andar, mas em casa a recuperação sabia melhor. Os dias passavam e nem sinal do médico. Estava rodeada de enfermeiros e auxiliares - acho que a melhor parte desta experiência. Eram todos super simpáticos, acessíveis e competentes.
 O mais importante estava comigo diariamente. A minha família e os meus amigos. Não falharam um dia. O horário de visita era das 12h às 20h, e nunca estive sozinha! Que bem sabia! Vinham ao pares, e animava o quarto! A parte mais triste era vê-los partir! Deve ter sido a semana em que menos dormi!
 A semana passou, e vem ter comigo o médico! Foi ele que me viu no outro hospital, mas eu não me lembrava! Estava a tomar banho, quando ele interrompeu para me dar A notícia! Iria ter alta nesse dia. Não podia acreditar, depressa fiquei a pessoa mais feliz da vida! Liguei logo à mãe - que me disse que esperava o meio dia para poder entrar no quarto - que ficou igualmente satisfeita! FUI para CASA nesse dia. Seguiram-se três semanas imóveis. Não poderia, de maneira alguma, esforçar o pé. Que tempo mais chato, ser dependente de alguém é das piores sensações da vida, acreditem. Ao fim de três semanas, tive uma consulta. Ia tirar os pontos, que viagem até ao hospital mais receosa. Não sabia o que iria ver, como estaria o meu pé? Nunca antes tinha passado por isto! Chegou a minha vez. Entrei na sala, deitaram-me na maca e tiraram-me a ligadura. PÂNICO OUTRA VEZ, tinha 23 pontos ao todo, x em cada lado da perna! Só via agrafes e duas enfermeiras com uma pinça cada, prontas para os remover! Assim que começaram, abri a guela. QUE DORES. Não bastavam já as que tinha diariamente, ainda tinha que sofrer mais um bocadinho... Quando o último agrafe saiu, expirei de alívio. O pior tinha passado! Seguiram-se mais 3 semanas de repouso absoluto até poder começar a fazer algum peso/esforço com a perna!

A chegada do andarilho deu-se a 30 de Julho. Mês e meio depois da queda. Tempo imóvel até aqui! COMO PODE uma pessoa passar por isto duas vezes!? Aos 24 anos e ter que RE-aprender a andar?! Mas assim foi. Os primeiros passos custavam horrores, e cada um deles era equiparados a uma corrida de dez quilómetros. Suava. Era díficil e horrível. Para cada marcha de um ponto a outro da casa, 20 minutos de gelo! O pé ficava quente e inchado!
Os dias passavam, e a próxima consulta chegava. A primeira em que iria a andar! Ainda que de andarilho - que entretanto já estava mais ágil - seria pelo próprio pé! Que BOM!
 Sempre que há consultas, há Raio-X. O médico precisa de ver se o osso está a consolidar bem.

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

A visita do mais novo!

24, 26, 28, 29 de Agosto e 1 de Setembro de 2014

Anualmente, o meu irmão mais velho faz-nos uma visita! Mora em Bruxelas, mas tem alguma família em Portugal! Visit mood: ON! Costuma vir pelo verão, aproveitar o bom tempo - quando o há, e visitar os irmãos!
 Este ano, trouxe-me a maior das riquezas, o seu primeiro filho. Deste lado do Atlântico, a malta desejava conhecer o descendente! Biran! Aterravam no início de Agosto, e eu ansiosa à espera do reencontro! Felizmente o Watna tem mais família cá, por isso não estivemos logo juntos! Deixei-o absorver tudo o que podia do outro lado, para depois poder estar com os irmão a 100% - assim foi!
 Ora jantava com a tias maternas, ora com os irmãos! Estivemos juntos 5 dias dispersos, mas intensos! Tivemos direito a jantares, idas à praia e mais jantares! Foram dias super especiais! A Cria.tura do meu irmão foi a melhor surpresa desta visita! Tem um ano, mas já tem um ano, portanto a pouco e pouco vai-se apercebendo do que o rodeia! Super bem disposto, não estanhou minimamente tantas caras novas de uma só levada. Afinal de contas, estava a conhecer os tios! Sorria, ria, sobretudo sorria imenso. Interagia, e aprendia a andar! Gostava o Watna que ele fosse daqui a andar, pouco faltou! Peculiar maneira de comunicação, decibéis e pulmões bastante desenvolvidos. Tentei absorver tudo quanto pude durante esta estadia. Ainda que um pouco limitada, não deixei de fazer nada e estreei-me no verão, na praia! Que melhor companhia!
 Tirámos tantas fotografias, afinal o momento era de registo! Ainda que o melhor destes encontros sejam falados, claro! Sempre a querer saber novidades de ambas as partes. Tudo muito intenso, tudo muito especial! Já a tinha visto, mas fiquei a conhecer bem melhor a mulher do meu irmão! A minha cunhada! Super divertida e bem disposta. Argelina no B.I, mas já portuguesa no coração! Fala super bem - e deu para treinar a minha querida língua francesa!
 Que bem me souberam estes dias! Não queria que acabassem. Não queria vê-los partir! Foi tudo tão rápido! Porquê? Se há coisa que não devia acontecer são viagens cronometradas! Tornei-me um pouco mais feliz e mais crescida com a visita desta minha família!
 O convite para ir visitá-los a Bruxelas fica sempre no ar! Mas desta vez é uma motivação para me pôr boa rapidamente! Preciso de mais. Mais tempo de família!

 Watna et moi


 5 irmãos + Amal + Álvaro


 Watna et moi



terça-feira, 23 de setembro de 2014

Rock In Bela Vista 2014

 A decisão era entre Robbie Williams e Justin Timberlake! Que melhor dia escolher para ir senão o dia da Criança?! Mas já lá vamos.
 O mail da oportunidade chegou a 15 de Maio. Decidi responder, afinal, não perdia nada. Abri e comecei a ler. Havia um lugar vago para poder passar um dia no Parque da Bela Vista no seu dia do ano mais badalado - pelo menos de 2014. Tive que fazer uma escolha - que para mim, deve ter sido das mais fáceis da vida! Já só havia bilhetes para dia 25 (Robbie Williams) e dia 1 de Junho (Justin Timberlake). Felizmente nem pensei dois minutos, a ganhar, teria que ir ver o Justin.
 Escrevi o mail em resposta com a minha escolha. Alguns dias passaram. Finalmente recebi uma chamada, A chamada mais desejada desde então. Tinha GANHO O BILHETE! Respondi a tudo direito durante o tempo de ligação. Agradeci e desliguei. Estava em êxtase. Saltava de alegria! NUNCA tinha ido ao Rock In Rio em dez anos de edições, e tinha agora a oportunidade!
 Nessa noite penso não ter dormido, e ainda tinha 15 dias pela frente de espera. Os dias foram passando, mas a garantia da minha presença na Cidade do Rock, essa ninguém ma tirava!
1 de Junho - Chegara o dia! Estava há 15 dias a dominar a ansiedade, mas chegara o limite! Afinal iria ver e ouvir o JUSTIN TIMBERLAKE! Na sua primeira vinda a Portugal, calhara em Lisboa e eu IRIA ESTAR PRENSENTE!!! Como não estaria eu felicíssima!? Estava pois!!
 Justin era cabeça de cartaz, está claro! Sabia que seria o último a actuar - sendo os últimos, os primeiros! O dia passava por Jorge Palma, Mac Miller (Rapper que desconhecia), Jessie J e Justin Timberlake! Cheguei pelas 18h e pouco, presenciei os concertos todos, trauteei algumas músicas, e estava CADA VEZ MAIS ANSIOSA! O tempo passava devagar, mas o coração acelarava. O concerto da Jessie J foi o último antes do grande momento da noite! Chegara o fim da sua última musica. Estava num frenesim, o Justin subiria a palco poucos momentos depois!
 EI-LO! A surgir da sua sombra. Ainda não descia a escada, e já preenchia todo o palco! Por momentos pensei ser um sonho, mas num ápice percebi ser bem real e tinha que aproveitar! Justin inicia o concerto, só me consigo lembrar de começar aos berros, de felicidade, claro está! Era AQUELE MOMENTO QUE EU ANSIAVA HÁ 15 DIAS, e estava a acontecer! Eu estava no Rock In Rio a ver e ouvir o Justin! Não me contive, saquei do telemóvel e comecei a filmá-lo e fotografá-lo! Posso dizer que estava num bom spot, não era perto do palco, mas era acima do chão e por isso, com boa visibilidade!! Fazia frio. Mas quem tem frio quando para nós está a cantar o Justin Timberlake!? Depressa esqueci. Gritei, cantei, dancei! Desejava que não acabasse! Tão longe, mas tão perto!
 Por fim, agradeci eternamente a oportunidade, e fui para casa com um sorriso parvo de felicidade pura, e a trautear Justin! Ainda custava a acreditar que tinha acontecido, que tinha sido real! Foi bom demais. Nunca vou esquecer!
 Devemos agarrar as oportunidades, SEMPRE!
Até já Justin Timberlake, voltemo-nos a encontrar por este mundo fora!


A recusa por obrigação

23.09.2014

Se me existe uma enorme, quem sabe a maior, paixão que tenho, é o Teatro! É-o para sempre, e talvez mesmo, de sempre - ainda vou descobrir! O Teatro vive do publico, e num mundo feliz, o contrário acontecesse também.
 Nunca me senti presa com as minhas limitações. Será estranho, mas será verdade! As oportunidades surgem, e das piores coisas que existem é ter que deixá-las escapar.
HOJE aconteceu-me isso mesmo! Parecia um dia banal, como têm sido os meus, nos últimos meses, quando de repente, cai do céu um bilhete ganho por mim, mas principalmente PARA mim. Rejubilei! Há algum tempo que não vou ao Teatro por motivos pessoais, e este bilhete dourado vinha mesmo a calhar! "Que entusiasmo!" - pensei! Finalmente de volta à vida 'normal'. Quando questiono a possibilidade de levar alguém comigo, negam-ma! Como não será possível cair-me tudo?! Ser obrigada a recusar uma das minhas paixões por limitação pessoal! Nunca antes me tinha acontecido, e a sensação é horrível! Ainda mais horrível é quando sabemos a escassa estada da peças nas casas onde são acolhidas!
 Não é possível esquecer contratempos assim. Teatro não se "repõe", Teatro não se repete. Não é como um jogo que perdemos e podemos comprar outro igual. Não! Teatro é efêmero - mas ainda bem!

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Madrid ao virar a esquina!

01.04.2013 - 07.04.2013

Pelas oito da noite de dia 1 de Abril, entrava no comboio em Sta Apolónia, rumo a Madrid! Embora fosse esse o meu desejo, mal sonhava eu que iria ser das grandes aventuras da minha vida. Era a primeira vez que iria viajar sozinha! Fui em visita a uma grande amiga, que lá estudava. O comboio arrancou, pensei em mil coisas, do outro lado da janela, a minha mãe despedia-se de grande sorriso. Nove horas de viagem tinha pela frente! Viajar de noite é óptimo, mas confesso ser incómodo quando deixa de haver posição possível ao fim de umas horas. Felizmente, para o desconhecido, não fiz o caminho todo sozinha. Depois de duas horas, a Filipa juntou-se a mim. E lá continuámos. A Filipa estava de Erasmus em Madrid, e tinha vindo passar a Páscoa a casa. Agora, era tempo de regressar! Dormimos pouco e comemos pouco! Eram sete e pouco do dia seguinte e chegávamos a Madrid! Entre a estação e a casa da Filipa, fomos de metro! A Filipa morava numa residencial para estudantes, tinha mais 4 companheiros de outras nacionalidades. A cozinha e casa-de-banho eram comuns!
Experimentei diversa astronomia e achava piada ver semelhanças com a nossa Lisboa!
A maior diferença era mesmo o facto das pessoas não se moverem para o lado para deixar passar - eu cedia sempre! Faz parte da cidade!
Passeávamos de manhã à noite, literalmente! Andávamos de um lado para o outro, e a maior parte a pé! Nunca antes tinha ido a Madrid! ADOREI! A companhia foi o mote perfeito para esta viagem. Não sei se a imagino com outra!
Por sermos estudantes, tinhamos entrada livre em grande parte de sítios turísticos - o que veio a calhar. Podemos visitar coisas que de outra maneira, talvez fosse impossível! Não sou capaz de nomear o melhor momento, vi tanta coisa e vivi tanta outra que seria injusto fazê-lo! Pudesse eu, e teria prolongado a estada, talvez até repetir sítios visitados!
Foi uma aventura em grande, e fica uma enorme vontade em repeti-la!
Obrigada Filipa pela oportunidade! Adoro-te!






Crítica com-estructiva de uma peça de Teatro. "A Noite" de José Saramago, enc. de José Carlos Garcia

27.11.2013

Quando se leva uma peça desta dimensão para o palco, a escolha de cada pormenor, desde a casa onde vai ser interpretada até ao adereço mais ínfimo, deve ser minuciosa.
Como em tudo, só quem já viveu a experiência pode entender o amor depositado em cada palavra escrita com o objectivo de partilhar emoções vividas durante a estada enquanto espectador.
Procuro saber sobre o que vou ver, e como toda a gente, embora por vezes, não os mesmos, tenho critérios de selecção para as peças a que dedico o meu tempo.
Falando d'A Noite, houve um conjunto deles. Talvez por estar ligada ao Teatro - não presentemente, mas uma vez ligados, existem laços indestrutíveis - exista uma sensibilidade maior à Arte.
Não espero que as pessoas entendam o que penso, nem que pensem como eu penso, mas que tenham respeito ao pensamento.
Indo ao encontro do tema da peça, vivemos hoje numa sociedade livre, ou assim deveria ser. Embora não tenha vivida naquela altura, o anterior referido conjunto de factores fez-me, quase por obrigação, ir ver esta peça.
Atentando ao tema base abordado na peça, este sempre foi presente na minha vida. Falamos na Liberdade do país, que me viu nascer, da censura.
A interpretação da peça foi minunciosamente pensada, cada gesto ou respiração é sentida profundamente pelo espectador.
Fazendo uma analogia entre Teatro e Pintura, ambos têm noção de espaço em equilíbrio. Na peça, é de fácil distinção os de extrema direita dos de extrema esquerda, sendo esta prepositada.

O enredo passa-se numa redação de um jornal na noite de 24 para 25 de Abril de 1974. Vemos cada personagem em volta do respectivo papel.
Quando acontece a Revolução dos Cravos, apenas a estagiária - enquanto actriz/pessoa não era nascida, por conseguinte, não viveu esse momento histórico.

Em conversa com botões, a quem terá dado maior impacto representar este acontecimento? A quem, embora não na pele, presenciou, ou a quem apenas conhece a história?
Deste ponto de vista, a representação desta peça está de acordo com a maneira como o encenador viu e viveu o tema e assunto da mesma.
O tema e assunto da peça recai sobre a censura. Falamos de uma época em que o sexo feminino não podia votar, não tinha qualquer opinião política! Na peça vemos a estagiária como o pós 25 de Abril - sendo de esquerda e acreditando conseguir mudar qualquer coisa.

O espaço da acção é visivelmente dividido entre a extrema direita e a extrema esquerda!

Tendo em conta o meu gosto por Teatro, não só representado, mas também lido, cresço ao ler sobre peças, biografias, percursos enquanto seres humanos. O actor é, por norma, uma pessoa bastante sensível que vive intensamente aquilo que transmite ao público, tornando-o o mais real possível. Em concordância com a acção teatral, penso ser importante factos serem relatados e representados numa área tão importante como o teatro.

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Criação

16.Setembro.2014
Sempre achei piada ter um blog! Um blog pode servir como diário online. Cada um partilha o quer quer! Decidi criar um blog, porque sinto que a minha vida deu uma volta - ainda em descoberta do sentido. Este blog terá "rewinds", uma vez que o crio depois de uma série de acontecimentos que me levaram a criá-lo! Não terá um tema-base, mas um conjunto deles! O importante é poder passar para a escrita o ideal dos pensamentos.